sexta-feira, 21 de março de 2008

Audi

No mundo dos projetistas de automóveis, o italiano Walter de'Silva é considerado uma estrela de primeira grandeza na arte de fazer belas máquinas. Nos últimos anos, saíram de suas mãos carros absolutamente lindos, como o Alfa Romeo 156, que marcou uma virada na vida da fábrica italiana rumo aos tempos modernos (aliás, é dele também o não menos belo GTV), o imponente Lamborghini Murciélago ou o ousado Audi R8, que desenvolveu já em sua fase no grupo Volkswagen, só para citar alguns modelos. Mas, na opinião do próprio De'Silva, nenhuma dessas máquinas está à altura do novo Audi A5 no quesito beleza. "Entre todos os automóveis que já desenhei, este é o mais bonito", disse durante a apresentação do modelo, no último Salão de Genebra. "É um Gran Turismo possante, com linhas esportivas e ao mesmo tempo nada agressivo ou arrogante."

Os contornos do A5 impressionam qualquer um, até mesmo debaixo de uma tempestade de neve, como a que nos esperava em Munique, na Alemanha, onde fomos conhecer o novo cupê da Audi, semanas antes de sua chegada ao mercado brasileiro, prevista para os primeiros meses de 2008. O novo Audi mantém traços genéticos muito parecidos com os outros cupês da marca (os já citados R8 e novo TT), a começar pela grade frontal imponente, seguindo os padrões do protótipo Nuvolari, apresentado em 2003, que foi o primeiro a revelar uma linguagem que se tornaria comum aos modelos da marca alemã. Esse conceito visual é uma espécie de assinatura do italiano, que tenta marcar os modelos do fabricante para os quais desenha com um DNA comum. No caso desse cupê, outro traço elegante e moderno são os faróis de xenônio, cromados e cravejados de pequenos leds, que servem para deixá-lo visível mesmo durante o dia.

Abro a porta do motorista e me acomodo no banco do motorista para fazer uma análise preliminar do que me espera. Sem ser revolucionário, o A5 oferece excelente nível de conforto. Seus bancos são de couro preto, em estilo esportivo, e reguláveis em altura, distância e ângulo do encosto. A direção, com volante de três raios, pode ser ajustada em altura e profundidade. Do lado direito, um botão centraliza o comando de ar-condicionado, navegação e o excelente sistema de som, feito sob encomenda pela companhia dinamarquesa Bang & Olufsen (volume e sintonia do rádio também podem ser ajustados a partir do volante). Uma inovação é a chave, que se parece com um pequeno cartucho de plástico. Mais que servir para dar partida no carro ou permitir a abertura de suas portas e porta-malas, ela armazena dados como quilometragem e mensagens de advertência que possam ser geradas durante o funcionamento do carro, diagnosticando problemas mecânicos.

Baseado em uma plataforma totalmente nova, o A5 é o primeiro cupê para quatro pessoas a ser lançado pela Audi em 11 anos - o último foi o S2. O novo modelo mede 4,65 metros, dimensões vastas para acomodar com conforto os dois ocupantes da frente. Ele tem 2,75 metros de entreeixos, 10 centímetros mais que o A4, que já é um carro espaçoso. A altura para a cabeça também não é problema. Para quem viaja atrás, há um pequeno aperto para as pernas e algum contorcionismo para a cabeça é exigido.

Tecnologia de Le MansMas, considerando que estamos falando de um esportivo, cujo objetivo não é o comprador de um sedã, o espaço não é tão exíguo. E ainda há razoáveis 455 litros de portamalas, bem mais do que se vê em modelos de alta performance - um TT não passa de 290 litros. Como bom esportivo, é em movimento que o A5 mostra algumas de suas melhores qualidades. A versão que será trazida para o Brasil virá equipada com o mesmo motor 3.2 a gasolina da versão que avaliamos na Alemanha. É um V6 com 265 cv e injeção direta de gasolina com ancestrais nobres. A tecnologia que o equipa começou a ser testada nas 24 Horas de Le Mans, onde o R8 com um sistema semelhante tornou- se o bicho-papão da famosa prova de longa duração. Uma de suas características era unir potência a um consumo relativamente baixo, que lhe permitia acelerar fundo e permanecer mais tempo na pista, por consumir menos que os rivais. Parte dessa lógica foi transplantada para o novo cupê com um sistema de funcionamento variável de suas válvulas. Sensores eletromecânicos calibram a abertura delas entre 2 e 11 milímetros, fazendo com que seu funcionamento seja mais eficiente. Traduzindo no cronômetro: o A5 arranca de 0 a 100 km/h em 6,1 segundos e só não passa dos 250 km/h por limitação eletrônica. E ainda é econômico: 11,4 km/l.
A novidade mecânica é o câmbio automático Multitronic (tipo CVT) com a possibilidade de acionamento manual de suas oito marchas programadas, por meio de borboletas situadas atrás do volante - com a vantagem de funcionar sem tranco algum. Mesmo com o asfalto molhado pela neve, a direção com assistência elétrica e a excelente suspensão (com cinco braços nas rodas dianteiras em forma de trapézio no eixo traseiro) foram bons anjos da guarda para deixar o carro equilibrado em uma segunda etapa da avaliação, rumo às estradas mais sinuosas da região de Fussen, no sul da Bavária. Quando solicitados, os quatro freios a disco de 16 polegadas e um punhado de sistemas de ajuda dinâmica (controle de tração e estabilidade, entre outros) mantiveram o carro sempre preso ao chão. Para as pequenas manobras, os alarmes localizados nos pára-choques são ferramentas úteis para evitar esbarrões indesejados. Como bônus, o freio de mão com acionamento eletrônico torna mais prática a operação desse Audi na selva urbana.

A chegada do A5 tem uma importância estratégica para a Audi. De um lado, ele complementa a oferta de cupês da montadora alemã, que já tinha o R8 e o TT. De outro, lança um produto para conquistar consumidores de olho em um carro esportivo com capacidade para levar bagagens e até dois passageiros extras no banco traseiro. Num momento em que as vendas mundiais da empresa deverão saltar dos atuais 900 000 para 1,5 milhão de carros em 2015, o cupê desenhado por De'Silva tem uma importância estratégica. Sem falar que cumpre com charme e beleza a tarefa de ostentar a marca registrada dos bons modelos esportivos, uma estirpe da qual ele já faz parte.

Um comentário:

Anônimo disse...

AUDI, já conheço esse exemplar, trata-se de um veículo de estilo jovem e esportivo, normalmente os possuidores desses veiculos são homens de + ou - 50 anos de idade, que já sabem o que significa "segurança e conforto" o diferencial mais importante é o "piloto automatico" e os demais ítens de série, é um carro, que não precisa fazer nenhuma alteração em seu todo, já vem com tecnologia de ponta.