sexta-feira, 21 de março de 2008

Você já deve ter visto no cinema

Mais de 5,3 metros de comprimento, 145 a 280 cv de potência, carroceria hardtop ou conversível, seis lanternas circulares... Com essas características e um vasto catálogo de equipamentos, a linha Bel Air 1958 incluía o superior Bel Air Impala para coroar o aumento das dimensões nos novos Chevrolet - o nome Impala vinha de um carro-conceito de 1956. A marca começava a se render ao gigantismo e ao excesso de cromados que assolavam Detroit.

O Impala oficializava que tamanho era documento, e que devia ser acompanhado por mais vigor. Os Chevrolet estreavam um V8 de bloco grande, com 5,7 litros e 250 ou 315 cv. Molas helicoidais traseiras aposentavam o feixe de molas. A extravagância era notada também no desenho, com faróis duplos. Tinha lanternas triplas, que se tornariam símbolo do modelo. Até logotipo das bandeiras (como no Corvette) ele tinha para acompanhar a figurinha do antílope que lhe serviu de batismo. Havia os V8 de bloco pequeno de 185 e 230 cv, mais o seis-cilindros de 145 cv.

Para 1959, o Impala abandonava seu vínculo com o Bel Air, que passava a ser uma série intermediária, acima do Delray e o Biscayne. O Impala se tornava o topo-de-linha. Na prática, só havia dois Chevrolet de passeio: o full-size (tamanho grande) - dividido por séries com variações de acabamento - e o Corvette. O modelo 1960 receberia desenho simplificado e nova gama de motores que, chegava a 335 cv. E foi a linha 1961 que inaugurou a vertente esportiva do Impala, com o pacote SS, para o cupê e o conversível, com câmbio manual no assoalho, conta-giros e reforços de suspensão, chassi e freios. Podia vir com bancos dianteiros individuais ou o novo V8 6.7 de 360 cv.

A partir daí a Chevrolet só manteve a fórmula. Fazia atualizações anuais de estilo e vitaminava seus V8. O Impala 1962 ganhou estilo mais comedido, o cupê perdia o desenho "bubbletop" das colunas traseiras (que pareciam formar uma bolha) por traços retos e formais. Dos 1,4 milhão de Chevrolet grandes vendidos naquele ano, 50% eram Impala.

O leque dos V8 para 1963 chegava a 430 cv, mas com espaço para um seis-cilindros de 3,8 litros e 140 cv, semelhante ao do nosso Opala 1968. Um ano depois o SS era promovido de pacote a uma série própria. Já na linha 1965 os contornos curvos do Impala faziam alusão à garrafa da Coca-Cola, especialmente se fosse o cupê, com seu estilo fastback.

Agora era o sedã que dispunha de um pacote próprio, o Caprice, com itens de luxo. Foi o nome que a Chevrolet usou para dissolver um mito, na esperança de criar outro, como fizer a com o Bel Air em 1958. Em 1966 o Caprice se tornou a série superior dos Chevrolet grandes. Uma nova geração de full-size veio em 1971 e outra em 1977.

Abaixo do Caprice, o Impala mantinha-se como um confortável e comportado carro grande. Seu nome durou até 1985, mas voltou de 1994 a 1996 num Impala SS com um V8 5.7 de 260 cv. O maior dos Chevy voltou a se chamar Impala em 2000 e hoje dispõe de motores V6 e V8. Entretanto, por mais que o nome Impala conste no catálogo da Chevrolet, o mito por trás dele continua a pertencer exclusivamente ao início dos anos 60.

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